quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

CRISE FINANCEIRA: Os riscos do subprime no Brasil

Como um dos países emergentes, o Brasil acaba sendo alvo das atenções e reflexões de economistas quanto aos possíveis danos da crise subprime nos Estados Unidos no mercado nacional, principalmente no setor imobiliário.
Acabamos de realizar a Convenção Secovi – evento que integrou a Semana Imobiliária 2008 conjuntamente com o Master Imobiliário e o SISP – e uma das mais importantes palestras apresentadas tranqüilizou os empreendedores imobiliários, por corroborar com a opinião de analistas econômicos brasileiros. Lawrence Yun, um dos dez melhores economistas do mundo, destacou o Brasil como o principal país dos BRICS durante sua apresentação no painel "Investimentos Internacionais nos Países Emergentes" . Conforme Yun, o País supera a Rússia, a China e a Índia em termos de oportunidades, pois além de manter a inflação sob controle e a macroeconomia estabilizada, possui liberdade política. Riscos políticos menores diminuem as interferências ao direito de propriedade. Assim, está aberto a investimentos estrangeiros. Até mesmo diante da crise financeira norte-americana, que tem movimentado as bolsas de valores de todo o mundo, o Brasil permanece em bases firmes.
É real que ações das empresas incorporadoras e construtoras listadas na Bovespa de 2005 a 2007 caíram assustadoramente acompanhando tendência mundial. Mas é bom esclarecer que tal movimento nem sempre reflete o que acontece de real nas empresas. Não é honesto relacionar a saúde financeira das empresas imobiliárias brasileiras com a variação dos papéis. O fundamental mesmo é confiar em uma economia sólida e num mercado imobiliário que está sendo construído com equilíbrio e maturidade. Afora tais aspectos, o acesso à casa própria cresceu no Brasil. Com a melhoria da renda salarial e das condições econômicas, o consumo imobiliário e de outros bens aumentou. Depois de anos trabalhando com potência mínima, a indústria imobiliária conseguiu que o governo definisse legislações mais apropriadas ao setor e ao novo momento da economia. Sólidos marcos regulatórios levaram à segurança jurídica e à volta do crédito imobiliário, em condições acessíveis aos cidadãos. Mas apesar de o cenário econômico e produtivo no Brasil ser positivo, ainda há enorme carência habitacional.
São oito milhões de moradias para uma população carente de financiamento e de uma política de Estado. Instrumentos governamentais indutores garantirão a essas famílias o acesso à moradia digna. Assim como foi possível reverter um quadro negativo de quase duas décadas com alguns anos de políticas responsáveis, que permitiram aproveitar o bom momento internacional e colocar o País na rota do desenvolvimento, certamente encontraremos a saída para essa mácula social. Nessa fase de crescimento sustentável, com estabelecimento de condições de financiamento em longo prazo é necessário para o fomento de operações para a baixa renda e para o equilíbrio desse segmento no mercado de capitais compreensão da dinâmica de crédito imobiliário. A despeito de um sistema de financiamento habitacional que atenda ao enorme desafio de garantir moradia a todos os brasileiros, os riscos do subprime são mínimos. Aqui, não há concessão de créditos podres. Ou seja, os métodos de análise de crédito no Brasil são suficientemente rígidos para evitar uma crise financeira.
Também, o investimento habitacional per capita é muito exíguo quando comparado a outros países e regiões. Não vivemos um processo de tensão imobiliária anunciada. Estamos iniciando, sim, um período de construção habitacional no país. Há espaço para crescer e pela característica de longo prazo, passaremos praticamente imunes a esse processo internacional de ajustes de contas.

Autor:
Celso Petrucci é economista-chefe do Secovi-SP, diretor-executivo da vice-presidência de Incorporação Imobiliária do Sindicato e membro titular do Conselho Curador do FGTS.
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