segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Na esteira do metrô

Entrega de novas estações aquece mercado de lançamentos no Sacomã e na Vila PrudenteRodrigo Capote/Folha Imagem.

Filipe Rocha terá uma estação de metrô mais próxima de São Caetano, onde mora.

Se morar perto do metrô tornou-se um desejo frequente entre os paulistanos, 2010 promete um aquecimento dos mercados de imóveis novos e de usados em pontos da cidade de São Paulo que deverão ganhar novas estações.Estão previstas nove inaugurações neste ano, sem contar as de monotrilho, segundo a Companhia do Metropolitano de São Paulo (veja mapa à pág. 4).Sacomã (zona sul), Vila Prudente (zona leste), Butantã, Faria Lima (no trecho do largo da Batata) e Pinheiros (zona oeste) são as regiões em que os negócios imobiliários mais deverão sentir a chegada do metrô. Para os incorporadores, áreas da cidade em desenvolvimento e com boa oferta de terrenos ficam ainda mais atrativas com o melhor acesso.
Casos do Sacomã -onde a operação da nova estação já está em teste- e da Vila Prudente."Tornam-se locais para a classe média que não tem condições de comprar em bairros mais valorizados", define Emilio Fugazza, diretor da construtora Eztec. No Sacomã, a empresa lançou, em janeiro, 324 unidades de 69 m2 a 85 m2, de dois e de três quartos, com preços de R$ 240 mil a R$ 290 mil. Mesmo quem não habita o distrito obtém vantagens com a nova estação. O estudante Filipe Rocha, 21, mora em São Caetano, município vizinho do Sacomã, e conta que chegará mais rapidamente da faculdade em que estuda, no Jabaquara."Dali costumo pegar o metrô até o Ipiranga e então um ônibus para a minha casa", diz. "Ao descer na estação Sacomã, vou economizar tempo no trajeto."
A valorização dos imóveis próximos ao metrô não ocorre apenas quando a estação fica pronta, explica João Crestana, presidente do Secovi-SP (sindicato do setor). "Isso [a alta de preços] não se reflete só na época da entrega, já impactou ao longo dos cinco ou dez anos anteriores a ela", estima.Ajuste"As melhorias vão sendo incorporadas aos valores a partir do momento em que são anunciadas. A valorização de 20% para um imóvel se divide em 2% na hora da aprovação, mais 2% quando a obra efetivamente começa e assim por diante. Ao final, resta um pequeno ajuste."José de Albuquerque, diretor de incorporação da Brookfield Incorporações, enxerga um cenário diferente. "O anúncio de uma obra já traz de cara uma valorização de 10% aos lançamentos próximos", estima."
Após a entrega da melhoria, o aumento chega a 30% ou 40%." Assim, se quem põe um imóvel à venda nesses trechos vê maiores possibilidades de ganho, quem procura um para comprar deve encontrar preços maiores daqui para a frente.

Na esteira do metrô

Entrega de novas estações aquece mercado de lançamentos no Sacomã e na Vila Prudente Rodrigo Capote/Folha Imagem Filipe Rocha terá uma estação de metrô mais próxima de São Caetano, onde mora






EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS
Se morar perto do metrô tornou-se um desejo frequente entre os paulistanos, 2010 promete um aquecimento dos mercados de imóveis novos e de usados em pontos da cidade de São Paulo que deverão ganhar novas estações.
Estão previstas nove inaugurações neste ano, sem contar as de monotrilho, segundo a Companhia do Metropolitano de São Paulo (veja mapa à pág. 4).
Sacomã (zona sul), Vila Prudente (zona leste), Butantã, Faria Lima (no trecho do largo da Batata) e Pinheiros (zona oeste) são as regiões em que os negócios imobiliários mais deverão sentir a chegada do metrô.
Para os incorporadores, áreas da cidade em desenvolvimento e com boa oferta de terrenos ficam ainda mais atrativas com o melhor acesso. Casos do Sacomã -onde a operação da nova estação já está em teste- e da Vila Prudente.
"Tornam-se locais para a classe média que não tem condições de comprar em bairros mais valorizados", define Emilio Fugazza, diretor da construtora Eztec. No Sacomã, a empresa lançou, em janeiro, 324 unidades de 69 m2 a 85 m2, de dois e de três quartos, com preços de R$ 240 mil a R$ 290 mil.
Mesmo quem não habita o distrito obtém vantagens com a nova estação. O estudante Filipe Rocha, 21, mora em São Caetano, município vizinho do Sacomã, e conta que chegará mais rapidamente da faculdade em que estuda, no Jabaquara.
"Dali costumo pegar o metrô até o Ipiranga e então um ônibus para a minha casa", diz. "Ao descer na estação Sacomã, vou economizar tempo no trajeto."
A valorização dos imóveis próximos ao metrô não ocorre apenas quando a estação fica pronta, explica João Crestana, presidente do Secovi-SP (sindicato do setor). "Isso [a alta de preços] não se reflete só na época da entrega, já impactou ao longo dos cinco ou dez anos anteriores a ela", estima.

Ajuste
"As melhorias vão sendo incorporadas aos valores a partir do momento em que são anunciadas. A valorização de 20% para um imóvel se divide em 2% na hora da aprovação, mais 2% quando a obra efetivamente começa e assim por diante. Ao final, resta um pequeno ajuste."
José de Albuquerque, diretor de incorporação da Brookfield Incorporações, enxerga um cenário diferente. "O anúncio de uma obra já traz de cara uma valorização de 10% aos lançamentos próximos", estima.
"Após a entrega da melhoria, o aumento chega a 30% ou 40%." Assim, se quem põe um imóvel à venda nesses trechos vê maiores possibilidades de ganho, quem procura um para comprar deve encontrar preços maiores daqui para a frente.

Estação é argumento de negócios

Inauguração no Butantã valoriza apartamentos no km 18 da rodovia Raposo Tavares

DA REDAÇÃO
"[O Butantã] já se valorizou, e não é de hoje. Há uma casinha para alugar em frente à minha por R$ 1.000, fora o IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano]", relata a designer de bijuterias Andrea Pereira, 30. "A dona argumenta que logo será inaugurada a estação do metrô, a dez ou 15 minutos dali."
A percepção de Andrea -que também comemora a proximidade da inauguração, pois chegará mais facilmente à casa do namorado, que vive em Santana (zona norte)- reflete o movimento do mercado imobiliário provocado pela melhoria na rede de transportes.
A incorporadora Brookfield espera o efeito do surgimento da estação nas vendas de um empreendimento na rodovia Raposo Tavares. "Valorizará um lançamento nosso no km 18", afirma José de Albuquerque, diretor de incorporação.
O Oásis Living Club deverá ser entregue em três anos. Serão 356 apartamentos de 77 m2, 90 m2 e 108 m2 privativos, três ou quatro quartos e preços de R$ 250 mil a R$ 380 mil.
Embora o Plano Regional Estratégico da Subprefeitura Butantã proponha que a linha do metrô chegue até a Raposo Tavares, a Companhia do Metropolitano de São Paulo, por sua assessoria de imprensa, diz que isso não está previsto em seu plano de expansão.
O entorno do metrô da Vila Prudente, na zona leste, é outro alvo da Brookfield.
"A 50 metros da estação, lançaremos, até o meio do ano, apartamentos de 80 m2 e três dormitórios, com preço em torno de R$ 300 mil", dimensiona Albuquerque. "Esperamos ali compradores da classe média em busca do primeiro ou do segundo imóvel", define.
Em Pinheiros (zona oeste), o principal foco do mercado é o largo da Batata, onde, neste ano, deve começar a funcionar uma nova estação de metrô. Também está previsto o término de obras de reurbanização.

Comerciais
A tendência ali é surgirem empreendimentos de salas comerciais. "Lançamos o Boutique Offices, muito procurado por causa da estação na rua dos Pinheiros", cita Fabio Romano, diretor de incorporação da Yuny Incorporadora. São conjuntos de 36 m 2 a 46 m2.
Para Romano, a maior valorização ocorre quando a estação fica pronta. "O preço do metro quadrado de um comercial chega a dobrar." (EV)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Governo anuncia R$ 3 bilhões para a casa própria

Objetivo é ampliar programas para população com renda de até 3 salários mínimos


Mariana Londres, do R7 em Brasília

O governo federal assinou nesta terça-feira (12) a liberação de R$ 2 bilhões de recursos do FGTS para o programa pró-moradia, do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), e de R$ 1 bilhão em subsídios para ampliação do Programa Minha Casa, Minha Vida. A assinatura foi feita em solenidade com a presença do presidente Lula, ministros, governadores e prefeitos.

Os subsídios para o Minha Casa, Minha Vida serão destinados a 2.014 municípios com menos de 50 mil habitantes.

O objetivo do governo é ampliar o programa para as famílias com renda de até três salários mínimos, ou R$ 1.395, faixa que concentra 90% do déficit habitacional, mas que até o fim de dezembro havia registrado menos da metade das operações de financiamento no programa - em comparação com as famílias com renda entre três e dez salários.

O presidente Lula disse em discurso improvisado que o governo quer aumentar os programas de habitação.

- Eu falo para a Dilma, eu fui jogador de futebol e quase fui um dos bons. E eu sou da filosofia que time não pode ir para retranca porque fez 1 a 0. Se a gente já fez 200 casas, tem que se preparar para fazer mais. Eu nunca estou satisfeito com os números, sempre quero mais.

O programa, lançado em abril do ano passado e com prazo para terminar em 2010, tem o objetivo de construir um milhão de casas para famílias com renda entre zero e dez salários mínimos. Mas até o fim do ano passado, os contratos fechados chegavam a 250 mil unidades, ou 25% da meta estabelecida até o fim de 2010. O ministro das cidades, Márcio Fortes, falou durante a solenidade:

- A proposta de um milhão de unidades não tem prazo. O balanço de até 24 de dezembro contabiliza 250 mil unidades contratadas e um total de 600 mil unidades para serem contratadas. Agora vamos ampliar o programa o que vai beneficiar famílias com renda mais baixa, com subsídios de R$ 12 mil a R$ 16 mil reais.

O ministro ressaltou ainda que 176 das propostas contempladas são de municípios em calamidade pública,como por exemplo,34 municípios do estado de Santa Catarina.

Pelo Pró-Moradia, 54 propostas do PAC foram selecionadas, e vão beneficiar 118 mil famílias em 32 municípios de 13 Estados. A maior parte dos recursos do orçamento da União vai para a região Nordeste. A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, falou sobre as novas fases dos dois programas.

- Se houvesse investimentos em moradia ao longo de vários anos não teríamos o déficit habitacional e as condições de vida precárias. Essas populações são o foco desses dois projetos, que estão em fase final de contratação. Antes se fazia casas a conta-gotas, hoje podemos dar casa para a população brasileira.