domingo, 23 de agosto de 2009

Os imóveis brasileiros são subavaliados e o preço do metro quadrado em São Paulo chega a custar metade do valor praticado nos Estados Unidos

Por: Equipe InfoMoney

SÃO PAULO - Os imóveis brasileiros são subavaliados e o preço do metro quadrado em São Paulo chega a custar metade do valor praticado nos Estados Unidos.

A avaliação é do economista norte-americano Lawrence Yun, palestrante durante a Convenção Secovi 2008.

"Com um grande déficit habitacional e crescimento da classe média, o Brasil necessita de medidas políticas sociais. A desigualdade é muito grande. Com estímulo ao crescimento econômico, haverá ascensão social e, conseqüentemente, compra de moradias. A hipoteca no Brasil não é o que poderia ser", disse Yun.

Características do crescimento:

O economista explica que as conseqüências de uma economia em crescimento são as aspirações por mudanças de vida, mais trabalho e poupança e, para ele, a primeira casa é um impulso para a troca por outra melhor. Segundo Yun, nos Estados Unidos, a mobilidade social é constante e as famílias mudam de moradia a cada sete anos.

"No Brasil isso não existe, não sei se por obstáculos do governo ou se pelo valor do pagamento antecipado da moradia, que é muito alto. Não copiem o modelo do subprime norte-americano, mas permitam que mais pessoas da classe média obtenham crédito", afirmou.
Yun também avalia que o índice de liberdade econômica no Brasil ainda é baixo, em comparação com a maioria dos países. "O Chile tem um nível de liberdade econômica maior que o de vocês. Isso dá espaço para o fortalecimento do direito de propriedade e permite que a economia avance mais rápido. Estou bastante otimista com as oportunidades do Brasil", declarou.
Destaque do BRIC:

Para Lawrence Yun, o Brasil supera Rússia, China e Índia em termos de oportunidades para investimentos no mercado imobiliário, apesar de "ainda ser necessário desenvolver uma base mais sólida para conter possíveis riscos econômicos". Ele elogiou, dentre outros fatores, a liberdade política no País, além da aceitação da população referente ao governo e à administração pública."

O Brasil está à frente. Não é possível compreender o risco na Rússia; na China há forte controle governamental sobre o direito de propriedade - após 40 anos de locação, o imóvel é retomado pelo governo; e na Índia há forte predominância de uma classe intelectual que mantém viva a filosofia de que o governo deve interferir em algumas atividades privadas, apesar de viverem uma democracia", analisou. Além disso, segundo ressaltou, não há estrangeiros que queiram comprar imóveis de segunda residência na China, e na Índia isso é proibido. "O Brasil, assim como os Estados Unidos e a Espanha, está aberto aos investimentos", concluiu.

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