quarta-feira, 18 de março de 2009

Conheça os perfis dos principais compradores e locatários de imóveis residenciais

Famílias com renda até R$ 3 mil são maioria no mercado de locação, enquanto as que ganham mais de R$5 mil optam pela compra.

05/03/09, São Paulo, SP - Pesquisa feita pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) sobre imóveis alugados e usados vendidos no segundo semestre de 2008 mostra que 47,39% dos paulistanos que alugaram imóvel no segundo semestre do ano passado tinham entre 31 e 40 anos e 61,37% eram casados. Em relação à renda familiar, 50,5% tinham renda mensal entre R$ 1.001,00 e R$ 3.000,00. Os novos inquilinos com renda superior a R$ 5 mil mensais somaram apenas 9,82% do total, enquanto os compradores nessa faixa de renda chegaram a 33,6%.

“Famílias com esse ganho mensal de até R$ 3 mil dificilmente se livrarão do aluguel porque essa renda é insuficiente para gerar poupança que lhes permita dar entrada de 20% a 30% do valor do imóvel nos financiamentos, como a maioria dos bancos exige hoje”, explica o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto.

De acordo com a pesquisa, os imóveis usados mais vendidos na cidade de São Paulo no segundo semestre de 2008 tinham até 100 metros quadrados de área construída (61,54%), eram de padrão médio e haviam sido construídos há mais de 15 anos (49,19%). A maioria dos compradores dessas casas e apartamentos eram casais (47,37%), com idade entre 20 e 40 anos (53,84%) e com renda familiar superior a R$ 5 mil mensais (33,6%).

As vendas de imóveis de luxo somaram apenas 6,28% do total. Imóveis mais simples, de padrão Standard, ficaram com a fatia de 28,34% do mercado paulistano.

Na divisão por área construída, a pesquisa apurou que os de até 100 m2 representaram 61,54% do total; a faixa de 101 a 200 m2 somou 20,85% das vendas; a de 201 a 300 m2 ficou com 5,47%; e a de 301 a 400 m2 com 0,20%. Não souberam responder 11,94% das imobiliárias consultadas.

Por idade da construção dos imóveis, os com até 7 anos somaram 14,78%; os construídos entre 8 e 15 anos, 29,35% das vendas; e os com mais de 15 anos, 49,19%. Não souberam responder 6,68% das imobiliárias pesquisadas.

Para o Creci-SP, o resultado da pesquisa torna evidente a necessidade de o governo estimular o financiamento de 100% dos imóveis usados. “Pagar aluguel e juntar dinheiro para comprar a casa própria é uma missão praticamente impossível, e é esse grave problema que esperamos que o pacote do presidente Lula comece a resolver.”, diz Viana Neto.

O presidente do Creci-SP observa que se o candidato a mutuário na faixa de renda até R$ 3 mil não conseguir um empréstimo com juros menores que os atuais “dificilmente suportará pagar as prestações com as atuais taxas de até 9% ao mês sem comprometer gravemente seus rendimentos”. A ampliação do prazo de 20 para 30 anos, com a eliminação da entrada, ajudará muitas famílias, “mas o peso dos juros nos empréstimos não pode ser esquecido”.

Comprar na planta já fica mais viável, pois as parcelas durante as obras ficam bem abaixo do valor de financiamento sendo assim possivel pagar a locação até o novo imóvel ficar pronto.

Às incorporadores, construtores e bancos, a pesquisa aponta a necessidade de adaptação à realidade de renda e capacidade de pagamento das famílias. “O recado dado pela pesquisa aos construtores e incorporadores é que eles precisam dar prioridade aos imóveis de menor custo, tamanho decente e padrão aceitável, abandonando o saturado mercado do luxo e do alto padrão”, conclui ele.

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